Em frente, rumo ao desconhecido


Somos levados ou estamos nós a caminhar pelos nossos meios? E rumo a que direcção?


Estaremos nós a traçar a nossa rota, num mapa, com as fronteiras que vemos, quando elas nem sequer existem, vistas de um plano superior?


Algo nos está a levar, seja a nosso mapa genético que nos impele sempre a sobreviver, quando meio mundo mata e outro está a morrer e nós, com ecrãs, vemos o que os outros querem, que a gente veja, que acredite.


As nossas vozes perdem-se na vastidão do universo, qual grão de areia num cosmos que não perdoa, que não para, que não sente...


E quem sente? 


Cada vez sentimos mais, cada vez sabemos menos, cada vez sofremos mais, sentindo menos pelo outro e cada vez fazemos mais o outro sofrer, num jogo cruel do empurra, que não vê a falésia à sua frente. 

Empurramos, sem ver que atrás de nós está outro ser, pronto a empurrar porque acredita que se não empurrar a sua família vai morrer, tal como é dito e redito no ecrã que está a ver , ecrã que nos comanda e que substitui deuses, criando outros, mais modernos.


Um Deus, na tua mão, que não é mais que um reflexo do nosso ser mais negro.


Temos na nossa mão a voz deste novo Deus que nos manda ir em frente, sem ver, rumo ao desconhecido, empurrando quem está à frente.


Vamos em frente, rumo ao desconhecido, porque talvez não sejemos empurrados por quem vem atrás e quem sabe, que se formos empurrados, no fundo desse precipicio esteja o mar, pronto a nos levar, a nos criar, um novo ser unicelular e assim começamos de novo, rumo ao desconhecido...



8‎ de ‎outubro‎ de ‎2022

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